quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Delirante reencontro



E quando as escolhas que tomamos e as mudanças que na vida
nos afetam, o que fica pode ser apenas a saudade, a incerteza de um reencontro,
o desejo da eternização de certos momentos...

A vontade grandiosa de posse, não de sufocar, mas de não deixar
ir novamente o que nunca lhe pertenceu; o querer acreditar novamente, a
enganosa sensação de que reparar algo quebrado, pelo menos naqueles instantes de
reencontro, tudo isso parece possível e desejado.

Mas o que fica, o que nos resta, para além das lembranças
que, ano a ano, se desvanecem e misturam-se aos devaneios? E o que carregarei
para o resto da vida, escorrega por entre os dedos, por mais apertado que o
punho se feche sobre si, até restar o delírio da certeza de que o vivido, já
morreu, que as relembranças pouco jus fazem àqueles momentos, insultando-os com
os devaneios de um louco; não louco da razão, mas louco da emoção que, de tanto
amar uma vez, jamais consegue amar daquela forma, novamente.

O que resta, no máximo, são tentativas frustradas, forjadas,
de alcançar aquela felicidade cujo espectro perde seu contorno e já não sabemos
mais, se vivemos ou se fantasiamos.

E pensar que das lembranças restam cinzas e apenas uma
melodia ao vento, tão pouco, nos parece, daquilo que queremos...

2 comentários:

  1. ola,
    de repente cai em seus textos...
    muito bons,
    meu nome eh rayssa archanjo, de diamantina, mg, se tiver face e puder me add...

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  2. Olá Rayssa.

    Que bom que o acaso lhe trouxe aqui. Fico feliz que tenha gostado. Escrevo sem gradnes pretensões, então elogios são mais do que preciso para continuar.

    Infelizmente não lhe encontrei no Facebook. Se ler este comentário (espero que retorne) pode procurar um Eduardo Cadore por lá. Sou de São Luiz Gonzaga/RS.

    Obrigado e volte sempre

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