quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O mundo sem nós....

"A morte pertence à vida, como pertence o nascimento.
O caminho tanto está em levantar o pé como em pousá-lo no chão" Tagaro

Esse é um trecho que inicia um dos capítulos de "Sobre a Morte e o Morrer" de Kubler-Ross.
Lendo o livro pela primeira vez, me passou desapercebido. Agora parece a passagem citada mais significativa. Vou dizer por quê.

Porque sabemos que nascemos, sabemos que morreremos. Nada disso é novidade. Mas passa a ser estranho, bizarro até, quando pensamos que tanto o nascimento como a nossa morte (isso mesmo, a minha, a sua, e de todo o ser vivo deste planeta) andam lado à lado, numa constante fusão.

A biologia humana prova isso, na medida que as céllas "se destróem" para produzir uma parte do corpo, lá no útero, ou quando a "trocamos" por novas células todos os dias.

Nossa mente não aceita a certeza de que deixaremos de existir.

Viorst em "Perdas Necessárias" conta que, quando criança, costumava pensar em como o mundo continuaria sem ela. Não apenas para a criança pequena pode parecer impossível isso, mas para nós mesmos, adolescentes, adultos, idosos, de qualquer etnia da nossa sociedade ocidental (e boa parte da oriental também).

Não concebemos a nossa morte, o fim da nossa existência, tampouco de que podemos, a qualquer momento, deixar este mundo e que ele (pasmem!) irá continuar sem nós, de uma forma ou de outra. Até mesmo aqueles que amamos e que julgamos nos terem como centro de suas vidas, seguirão, na maioria dos casos, em frente.

"A vida continua", dizemos. A morte também...

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